DERROTA (versão palco)
Derrota é um espetáculo criado de modo virtual durante a pandemia que, em 2022, estreou no palco no Festival de Teatro de Curitiba. O espetáculo, com texto do premiado autor grego Dimitris Dimitriádis, nos convida a navegar pelas profundezas de um ser humano que retoma aspectos cruciais de sua existência, numa relação estreita entre vida e memória, derrota e vitória, compreensão e não aceitação daquilo que nos rodeia e que nos é mais caro: nossa relação com o mundo, nossos desejos e impotências frente a tudo. DERROTA busca a cumplicidade com o espectador por meio da palavra, do olhar direto e próximo. O espectador torna-se cúmplice da confissão que irá ouvir.
Segundo Dimitriádis, as personagens “falam como se lhes tivesse sido dada a palavra pela última vez (…), como se orador soubesse que a cada palavra que pronunciasse, terminaria gradualmente a sua oportunidade de falar”. Neste sentido, vemos uma mulher que busca cada palavra para tentar traduzir com exatidão o que sente e pensa, denunciando os limites da própria experiência verbal, ao mesmo tempo em que atesta a urgência da palavra. São tentativas de inscrição do eu no mundo, bem como registros do mundo na memória individual, em uma insistente busca da palavra que melhor traduza esta relação. Em DERROTA, a vontade de mudar o mundo não é suficiente para modificá-lo, assim como o desejo de expressão não basta para encontrar a palavra exata.
FOTOS
FICHA TÉCNICA
Texto: Dimitris Dimitriadis
Direção e Tradução: Camila Bauer
Elenco: Liane Venturella
Direção Sonora: Álvaro RosaCosta
Iluminação: Ricardo Vivian
Vídeo: Júlio Estevan e Nando Rossa
Finalização: Nando Rossa
Orientação de figurino: Fabiane Severo
Fotos: Cláudio Etges
Fotos de cena: Lina Sumizono
Assessoria de Imprensa: Leo Sant`Anna
Mídias sociais: Pedro Bertoldi
Produção artística: Letícia Vieira
Produção: Primeira Fila Produções
Realização: Projeto Gompa e Cia Incomode-Te
PAÍSES
Brasil, Espanha e Portugal
CIDADES
Porto Alegre (RS), Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR).
IMPRENSA
CRÍTICAS
VALMIR SANTOS - TEATRO JORNAL: "A atuação de Liane Venturella, sob tradução e direção de Camila Bauer, veicula a palavra como organismo extensivo ao olhar, para além dos sentidos da escuta. (...) O ritmo cadenciado da fala instaura, gradativamente, sensações parelhas ao estado de epifania. A apreensão intuitiva da realidade vem por meio de uma constatação simples, inesperada e talvez tardia sobre a distância entre compreender e discursar, como revela na intervenção exemplar do raciocínio dedutivo estruturado (...) Dar concreção à teia de enunciados subjetivos-oníricos é tarefa cumprida com meticulosidade por atriz, diretora e equipe na coprodução do Projeto Gompa e da Cia. Incomode-Te. Imagens abstratas provindas da literatura não migram de barato para a escritura cênica. A essencialidade transmitida em todas os procedimentos do monólogo reforça desvios da premissa do título. Trata-se do itinerário de uma mulher que não se entende por perdedora; antes, conjuga aceitar, acatar e consentir como se fiasse por princípios budistas. O autor e a encenação não entregam um fim codificável. A relação causa e efeito ganha um campo largo para a experiência relacional de cada pessoa que acompanha."
Crítica completa aqui.