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FRANKINH@ - Uma história em pedacinhos

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O premiado coletivo Projeto GOMPA apresenta FRANKINH@ - Uma história em pedacinhos, vencedor do Prêmio SESC de Artes Cênicas. Trata-se de um espetáculo para crianças e adolescentes inspirado nas personagens e situações da obra Frankenstein, de Mary Shelley. Esta história, que já é um clássico entre diferentes gerações, funciona aqui como ponto de partida para falar de infância, crescimento, perda, isolamento, bullying, amizade, criatividade e aceitação de si mesmo e dos outros.

 

Victor Frankenstein é um jovem esquisito e solitário que, quase sem querer, acaba criando alguém para lhe fazer companhia, desafiando os limites da ciência e de sua própria idade. No entanto, a Criatura não sai exatamente como ele queria; afinal, quase nada sai como a gente deseja. Victor precisa entender que Frankinh@ tem vontades próprias e é bem diferente do que ele imaginava, mas que isso não era ruim, ao contrário, era uma coisa bela e divertida. Assim, os dois vivem juntos grandes aventuras e passam a se transformar e a aceitar suas diferenças.

 

A história é contada por meio de narração, teatro, dança, artes visuais e trilha sonora original, reinventando a primeira obra literária de ficção científica. A peça coloca a arte em diálogo com a ciência, a biologia, a literatura e a física, despertando o imaginário da criança e sua capacidade criativa.

Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho
Foto Vilmar Carvalho

FICHA TÉCNICA

Elenco: Fabiane Severo, Liane Venturella e Thiago Ruffoni
Direção: Camila Bauer
Direção de movimento: Carlota Albuquerque
Dramaturgia: Camila Bauer e Marco Catalão
Colaboração dramatúrgica: Liane Venturella
Sonografia: Álvaro RosaCosta
Pianos e voz: Simone Rasslan
Cenografia: Elcio Rossini
Adereços: Elcio Rossini e Liane Venturella
Iluminação: Ricardo Vivian
Figurino: Daniel de Lion
Maquiagem: Marília Ethur
Colaboração artística: Douglas Jung, Jéferson Rachewsky, Luana Zinn, Pedro Bertoldi e
Renan Villas
Psicóloga convidada: Camila Noguez
Arte gráfica: Jéssica Barbosa
Direção de produção: Fabiane Severo

Realização e Produção: Projeto Gompa
Financiamento: Prêmio SESC de Artes Cênicas

 

FESTIVAIS (Links)

Porto Alegre em Cena 2023

FESTECRI - II Festival de Teatro para Crianças 2023

Kingfestival, na Rússia 

Diversão em Cena

Mostra Espetacular

Festinfante

21st ASSITEJ World Congress and Performing Arts Festival 2024 em Cuba

FIT São José do Rio Preto

Caxias em Cena

Fenatib

Paideia

CIDADES

Porto Alegre (RS), Canoas (RS), Camaquã (RS), Jaguarão (RS), Santa Maria (RS), Carazinho (RS)Curitiba (PR), Três Lagoas (MS), Fortaleza (CE), Itajaí (SC) São José do Rio Preto (SP) Caxias do Sul (RS), Blumenau (SC), São Paulo (SP) e Havana (Cuba)

PAÍSES

Brasil, Rússia, Cuba

PRÊMIOS 

Prêmio Olhares da Cena 2023:

- Direção

- Dramaturgia

- Ator

- Iluminação

 

 

Indicações Prêmios Olhares da Cena:

- Espetáculo

- Direção

- Dramaturgia

- Produção

- Ator

- Atriz

- Atriz Coadjuvante

- Figurino

- Cenário

- Iluminação

- Trilha sonora

- Fotografia de cena

- Identidade visual

- Maquiagem

RIDER TÉCNICO

Frankinh@

PROJETO DE VENDAS

Frankinh@

PROJETO PEDAGÓGICO

Frankinh@

TEASER

IMPRENSA

CRÍTICAS


Airton Tomazzoni - TXT Cena


"FRANKINH@ – Uma história em pedacinhos reúne uma coleção de fragmentos de cenas de uma encantadora poesia visual e de uma narrativa de fábula contemporânea e atual. Estão lá a curiosidade e a inventividade infantil, o ímpeto rebelde da adolescência, os desafios e tensões de um processo que não é feito apenas de cores e alegrias. Crescer dói, dizem alguns e a encenação de Camila Bauer é delicada e firme ao trazer essa condição. (...) Thiago Ruffoni  (Victor) e Fabiane Severo (Frankinh@) criam um jogo corporal requintado e envolvente que conta com a direção de movimento primorosa de Carlota Albuquerque. (...) Liane Venturella, como narradora, conduz com maestria a trama e anuncia sobre o isolamento do menino Victor: “Como as pessoas não sabem o que fazer com o que é diferente ele ficava sozinho”. E também nos conta que ele “Gostava de tudo que não compreendia”. A história que poderia ser de um revestimento filosófico e existencial que distancia, vai nos abraçando, porque traz não só os pedaços da criatura que ganha vida, mas vai trazendo também os pedaços dos quais somos feitos. Afinal se “A gente não pode controlar a vida”, a gente pode não perder de vista tudo aquilo que, como a arte, pode continuar nos dando tanta carga para viver."

Leia a crítica completa aqui.


Camila Noguez - A Infamiliar Frank

 

O que mostra o monstro? A obra de Mary Shelley prepara o terreno para algo que, quase 100 anos depois, Freud nominou como  unheimliche - o sinistro, o estranho, mais recentemente traduzido como O Infamiliar (1919/2019).

 

Viajava só, no vagão de leitos de um trem, quando, numa brusca mudança da velocidade, abriu-se a porta que dava para o toalete vizinho e apareceu-me um velho senhor de pijamas e gorro de viagem. Imaginei que tivesse errado a direção, ao deixar o gabinete que ficava entre dois compartimentos, e entrasse por engano no meu compartimento, e ergui-me para explicar-lhe isso, mas logo reconheci, perplexo, que o intruso era a minha própria imagem, refletida no espelho da porta de comunicação. (FREUD, 1919, p. 307)

 

No jogo de reflexos de um vagão de trem, Freud avistou um senhor mais velho, logo dando-se conta de que aquele desconhecido, na verdade, era ele mesmo, era sua a estranha e infamiliar imagem. O infamiliar diz de uma aparição que nos desavisa sobre algo que nos diz respeito. Infamiliar como sensação de reconhecer alguma coisa pela estranheza que ela provoca, alguma coisa que já teria transitado de modo mais amigável na esfera familiar. Mas justo esse fato nos é sonegado, ressurgindo o elemento familiar como se de fora fosse. Assim, quando rimos de Vitor e sua embaraçosa falta de jeito, um tanto, rimos de nós mesmos.

 

Na cena do vagão, foi como se Freud recolhesse os cacos do vidro que não o refletiu em sua integridade e coesão identitária. Assim também tenta Vitor, ao juntar elementos que não se equacionam por completo; sempre sobra um resto, o imprevisível de uma criação - o que não nos exime da responsabilidade de darmos conta do nosso desejo, da nossa criatura, de buscar e seguir criando. Como próprio da condição humana, ou pelo menos do sujeito psicanalítico, falta algo a Vitor, e Vitor falta à qualquer promessa de coesão e desenvoltura. Talvez por isso seja tão capturado por tudo aquilo que se junta e se separa - operação de grande desafio a ser realizada entre ele e sua própria criatura, ávida por rua, por história, por um coração que seja seu. A rua, como terceiro da relação, é o que desfaz a exclusividade da díade e sua ilusória completude. O jogo de espelhos e suas inevitáveis defasagens já carrega consigo a condição para Frank tornar-se única. A rua, instância terceira, é o que vai abrir passagem para  Frank contar sua própria história à criança roubada: "mão, não, laboratório".  A criação (de uma história) é o que se coloca entre a criatura e a criança. Ou ainda, é através da ficção em torno das demandas, suposições e respostas que uma criança pode advir, que pode se tornar um ser de linguagem. É no mal entendido ficcionado entre "não" e "mão" que Frank insiste e reivindica uma história.

 

O final da peça adverte: diante do estranho, do diferente e do desconhecido que, de alguma forma nos convoca, sejamos gentis. Não se trata de eliminar o inimigo, se trata mais de nos responsabilizarmos por investigar por que razão ele nos mobiliza tanto.

 

FREUD, Sigmund. (1919/2019). O infamiliar / Das Unheimliche, seguido de O Homem da Areia. Trad. Ernani Chaves, Pedro H. Tavares e Romero Freitas. Belo Horizonte: Autêntica.

Izabel Cristina da Silveira - AGORA/Crítica teatral

 

"Um espetáculo teatral que aporta a força da sua linguagem estética e dramatúrgica na narração, gênero próprio do “contar histórias”. Uma voz que apresenta as personagens, encadeia os fatos e eventos apresentados, transitando pelo passado e presente, o antes e depois, o aqui e agora da Cena. Uma correlação de acontecimentos, no tempo e espaço, que desenha a história aos olhos do espectador, em combinação com a atuação, dança, música e efeitos de ilusionismo – construídos através da iluminação, adereços cenográficos e manipulação de objetos – performados pelos atores em cena. (...) Liane Venturella compõe com sua voz e presença cênica o texto narrativo, adaptado da história de Shelley, para dar vida às personagens do menino que se sentia muito sozinho, que decidiu que queria ser um grande cientista e que, quase sem querer, fez uma criatura para ser sua amiga. A história de um menino tímido e sozinho interpretado por Thiago Ruffoni e de uma criatura, criada por ele, com atuação de Fabiane Severo, junto a uma equipe com nomes conhecidos nas artes da cena gaúcha e nacional, como Carlota Albuquerque, Simone Rasslan, Álvaro Rosa Costa, Elcio Rossini, Ricardo Vivan, entre outros que compõem a ficha técnica desse trabalho. Um trabalho teatral que cria e desenha tramas muito bem amarradas entre dramaturgia, visualidades, sonoridades e iluminação para sua concepção cênica, levando o espectador a cenas bastante simbólicas como quando a “Criatura” sai pelas ruas, descobrindo um mundo até então escondido para ela, e se depara com carros, movimento, barulhos, pessoas e diferentes situações. Como, também, o momento em que a Criatura está sendo “montada”, onde a destreza e técnica usada pelos atores, na manipulação das cabeças, gera um jogo de ilusão de óptica. As cenas encadeiam-se em uma construção com ritmo e nuances, que o imagético se mostra tão presente e forte quanto o próprio texto, quando não mais. Instigante, com escolhas estéticas que dialogam com a criança e adolescente, de forma atual e moderna, sem perder a ludicidade e encantamento provocados ao se ouvir e contar uma história, Frankinh@ - uma história em pedacinhos é um trabalho de composição de linguagens que perpassa o corpo e suas dramaturgias, as visualidades e suas “ilusões”. Um mover-se e movimentar-se para propor a reflexão, a diferentes idades, de temas latentes desde Mary Shelley aos dias atuais, com perspicácia, tendo em vista suas devidas proporções e camadas."

Leia crítica completa aqui.

TRILHA SONORA

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