DERROTA - espectáculo virtual

Derrota es un experimento escénico virtual basado en la obra de Dimitris Dimitriádis, dirigido por Camila Bauer y protagonizado por la actriz Liane Venturella. El espectáculo audiovisual marca la colaboración entre el colectivo Projeto GOMPA y Cia Incomodete, invitándonos a navegar por las profundidades de un ser humano que revisa aspectos cruciales de su existencia, en una estrecha relación entre vida y memoria, derrota y victoria, comprensión y no aceptación de lo que nos rodea y de lo más querido: nuestra relación con el mundo, nuestros deseos y nuestra impotencia frente a todo. DERROTA propone un diálogo mediado por la tecnología desde la génesis misma de la creación, buscando la proximidad entre actriz y espectador, donde la complicidad se da a través de la palabra, de la mirada directa y cercana. El espectador se convierte en cómplice de la confesión que escuchará.
Según Dimitriádis, los personajes “hablan como si les hubieran dado la palabra por última vez (…), como si el hablante supiera que con cada palabra que pronuncia, su oportunidad de hablar terminará gradualmente”. En este sentido, vemos a través de la pantalla a alguien que busca en cada palabra para intentar traducir con precisión lo que siente y piensa, denunciando los límites de su propia experiencia verbal, al tiempo que da fe de la urgencia de la palabra. Son intentos de inscribir el yo en el mundo, así como registros del mundo en la memoria individual, en una búsqueda insistente de la palabra que mejor traduzca esta relación. En DEFEAT, el deseo de cambiar el mundo no es suficiente para modificarlo, así como el deseo de expresión no es suficiente para encontrar la palabra exacta.
FOTOS
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Texto: Dimitris Dimitriadis
Dirección y traducción: Camila Bauer
Reparto: Liane Venturella
Dirección de sonido: Álvaro RosaCosta
Iluminación: Ricardo Vivian
Vídeo: Júlio Estevan y Nando Rossa
Acabado: Nando Rossa
Diseño de vestuario: Fabiane Severo
Fotos: Claudio Etges
Oficina de Prensa: Leo Sant`Anna
Redes sociales: Pedro Bertoldi
Producción: Primeira Fila Producciones
Producción: Proyecto Gompa y Compañía Incomede-Te
FICHA TÉCNICA
AVANCES


Teaser - Derrota
Cápsula - Derrota
PRENSA








CRÍTICA
Antonio Hohlfeldt - Jornal do Comércio
Se o mundo contemporâneo se caracteriza pela fragmentação e a solidão, provocado pelo isolamento e a individuação, levando-nos à perda da memória e, por conseguinte, do sentido da História, parece ser desejo do dramaturgo grego uma reintegração com o Cosmos, que é também a comunidade humana. A simbologia da peça, propondo a aceitação dos diferentes (ou da diferença) é evidente. E atual.
A aqui atriz Liane Venturella, sob a direção de Camila Bauer, concretiza uma encenação que, se no teatro ao vivo estivéssemos, exigiria um pequeno espaço que aproximasse o espectador/testemunha/interlocutor da personagem. A câmara, no entanto, faz esta aproximação. A personagem nos olha de frente. Mas não desafia, dialoga, como ela diz. O espetáculo não serve para digressão, porque é agudo como o corte do bisturi, exige a adesão do espectador. Neste sentido, a inexistência de maquiagem na intérprete é fundamental. O vídeo de Julio Estevan e Nando Rossa, com iluminação de Ricardo Vivian, mais o figurino de Fabiane Severo e a trilha sonora de Álvaro RosaCosta alcançam a dramaticidade necessária. Liane é, sim, uma personagem grega. Contemporânea.
Tania Brandão - Folias Teatrais
Diante de seu primeiro monólogo, a opção foi a de desenvolver uma experiência de arte, criar algo novo, entre o teatro, o filme, o vídeo. Sob a direção de Camila Bauer, a atriz enfrenta o espectador sob um tom incandescente de valorização da vida, um pouco como se cada fala pudesse ser a última.
A cena é despojada, a tensão e a atenção estão concentradas na atriz e no texto, não existem efeitos especiais. A proximidade induz a um pensamento novo a respeito do humano, proposto em plano direto, sem filtros.
Airton Tomazzoni - CENA.TXT
E para enfrentar esse texto que desafia o discurso e a enunciação e sua encenação digital, era preciso uma atriz e uma diretora que têm a coragem e a habilidade de ficar com tão pouco e fazer dessa escassez a escolha acertada, necessária e coerente. A interpretação falsamente despojada nos conduz em um tom coloquial enquanto a personagem fuma, bebe água, sentada à beira da cama. E desse jeito como num bate-papo encontra as nuances e sutilezas quase imperceptíveis que vão modulando a conversa de maneira que vamos ganhando uma assombrosa intimidade com o que é dito. Porque como o próprio texto anuncia : “Não era isso que minhas palavras queriam dizer”. Há uma cuidada carpintaria de cada palavra que ganha força na economia dos gestos e na articulação que encontra a emoção certa, na medida. O exercício de uma grande atriz que Liane Venturella e que partilha isso de uma forma tão generosa e inteira que comove e nos faz mergulhar nesse texto que faz reviravoltas no pensamento e no coração.
(…) Temos uma atriz que sabe de seu ofício e uma direção que permite isso. Não tenho receio de dizer que estive diante de uma grande momento teatral para o qual fui conectado através de uma câmera.
Renato Mendonça - Coletiva.net
'Derrota', para mim, trata-se indiscutivelmente de teatro alojado na plataforma vídeo. E digo isso porque os pouco mais de 30 minutos do espetáculo encerram alguns dos princípios mais caros da arte cênica presencial, ao menos para mim: a autonomia do espectador, o tempo compartilhado, a força do corpo.
A opção de evitar qualquer efeito de edição ou de imagem, de propor um plano-sequência (para usar um termo de outra área...) e de evitar saltos de tempo se mostra acertada.
(…) Nesse ponto, a ausência de trilha sonora também representa uma evidência de que a direção abre mão de qualquer recurso de "direcionamento" emocional externo, jogando à atriz e ao texto a responsabilidade de conduzir uma 'Derrota' vitoriosa.
Aí chegamos à atriz e ao texto. O que dizer? De Liane, que ela acumula mais que a capacidade técnica e o physique du rôle - ela tem a maturidade para dar esse texto. É quando vejo pelo menos uma vantagem de o teatro migrar para a plataforma digital - facilitar o reconhecimento em outros lugares dos nossos talentos.
(…) Atriz, texto e direção de 'Derrota' concorrem para que essas descobertas e provocações se alimentem. Usando uma expressão que aparece no espetáculo, há diferença entre estarmos sós e estarmos sozinhos. Com a arte, nunca estamos sozinhos. Por mais que o mundo da realidade nos derrote.
José Cetra - Palco Paulistano
Em pouco mais de 30 minutos essa mulher dirige-se à câmera e, portanto, ao espectador, tentando explicar de forma quase didática como a vida a fez chegar nesse momento ao mesmo tempo tenso e de plenitude, onde seu único desejo é dormir profundamente até atingir o “coração do sono”. Ela está em seu quarto e fuma compulsivamente enquanto faz o seu relato. (…) em Derrota, a atriz está defronte a câmera e em um plano único faz o seu tocante relato do modo mais naturalista possível que se chega a crer que ela está conversando diretamente com o espectador. A aparente frieza do depoimento impede propositalmente qualquer reação emotiva do público.
Fotografado em colorido muito suave o espetáculo tem direção enxuta de Camila Bauer que focaliza toda sua atenção no brilhante trabalho da atriz.
Diego Ferreira - Olhares da Cena
A palavra enquanto possibilidade de comunicação, extremamente elaborada e materializada através do corpo e voz de Liane Venturella, o que produz no espectador uma espécie de catarse, como se fossemos voyeur da intimidade daquela mulher. Penetramos em “Derrota” através do mundo das palavras, e através delas empreendemos a própria metamorfose da narrativa. (…) E se esse cotidiano for o Brasil atual essas palavras criam outras dimensões que potencializam o discurso do texto, pois parte da materialidade do texto de Dimítris para aprofundar temas que hoje no Brasil são extremamente caros a todos nós como o caos político e sanitário. É o momento perfeito para dar uma pausa e refletir sobre nossas precariedades. Esse diálogo é necessário, é salutar, é urgente, até mesmo como uma válvula de escape, uma fuga frente ao caos.
“Derrota” é uma parceria do Coletivo Gompa e Cia Incomode-te e evidência o notável trabalho de Liane Venturella como grande atriz que é, tendo como possibilidade de criação a sua presença e toda sua capacidade de articulação através de pausas, silêncios e uma apropriação do texto que a primeira vista parece simples, mas a simplicidade nem sempre é algo fácil de acessar, e aqui sua atuação neste experimento é magistral. Assim como o trabalho de Camila Bauer que a cada trabalho se reinventa enquanto encenadora, seja na linguagem, poética ou estética, mas sempre inovando e trazendo o novo para os palcos, ou para a tela como é neste experimento. Uma produção intima, reveladora e instigante que provoca o nosso imaginário através da ótima utilização da palavra materializada no corpo e voz de uma grande atriz.
Brasil de Fato
Os pensamentos de uma mulher, sozinha no quarto, interagindo apenas com o espectador do outro lado da tela do computador. Uma proposta aparentemente muito simples, mas que revela-se algo bem mais profundo.
Nesse sentido, vemos através da tela alguém que busca cada palavra para tentar traduzir o que sente e pensa, denunciando os limites da própria experiência, ao mesmo tempo em que atesta a urgência da palavra.
Roberto Oliveira - Comenta UMBU
Elogiar a performance da Liane Venturella em Derrota seria repetitivo e quase desnecessário. Em diversas ocasiões ela já demonstrou a excelência e qualidade das suas interpretações, que são sempre surpreendentes, originais e verdadeiras pérolas da atuação.
Em “Derrota” ela encara dois enormes desafios.
Enfrentar um texto de extrema dificuldade pelas suas infinitas repetições e seu tom filosófico.
Encarar a proposta intimista e minimalista escolhida pela encenadora Camila Bauer, que acertadamente, na minha opinião, retira a possibilidade de ações exteriores e quaisquer firulas de direção, preferindo jogar a atriz aos leões (no melhor sentido).
Liane supera todos os desafios e coloca seu trabalho de atriz no centro do espetáculo.
As duas confiam no texto de Dimitris Dimitriadis.
Camila Bauer confia na atriz.
Isso faz com que uma função potencialize as outras duas.